O Telescópio Hubble foi lançado em 1990 e equipado com
lentes que podem detectar tanto a luz visível quanto à luz infravermelha. Ele é
do tipo Refletor Ritchey-Chretien, ou seja, seu principal elemento óptico é um
espelho. No início de sua jornada, orbitando o planeta terra a uma altura de
cerca de 600 km da superfície, o Hubble apresentou um defeito em seu espelho
principal que estava com uma deformação equivalente a 1/50 de um fio de cabelo,
o suficiente para prejudicar as imagens. Para consertá-lo foi elaborada então
uma missão especial, que ocorreu em 1993, exclusivamente para instalar lentes
corretivas no Hubble. Na primeira missão de reparo do Hubble, em dezembro de
1993, os astronautas Story Musgrave (no braço mecânico), Jeffrey Hoffman (no
compartimento de carga) e outros consertaram o notório defeito no espelho e
abriram caminho para muitas descobertas.
Poucos telescópios na história tiveram
um efeito tão profundo na pesquisa astronômica como o Telescópio Espacial
Hubble. Ainda assim, sua influência não é a que a maioria das pessoas imagina.
Em geral, ele não fez descobertas singulares, mas transformou antigas suspeitas
e pistas obtidas em observações de solo em certezas.
O Hubble funcionou em
parceria com outros observatórios para construir uma visão multifacetada do
Cosmos. Forçou físicos teóricos a substituir teorias grosseiras por outras que
explicassem os fenômenos astronômicos com muito mais detalhe. Em suma, o Hubble
não foi extremamente influente por se distanciar de outros instrumentos e
técnicas, mas por se integrar intensamente com eles.